A minha amiga J. conheceu um tipo – deixem-me só dizer que era mais novo do que ela, porque isto talvez já explique muita coisa – e ficou apaixonada. E quando digo apaixonada não falo de ai-que-agora-quero-casar-contigo. Falo daquelas paixões saudáveis em que se quer estar muito junto, dar-se muitos beijos na boca e passar mais tempo dentro da cama que na rua. Sem pressões. Sem dramas. E sem exigências ou definições de status.
E ela própria dizia-lhe isso, que gostava dele, e queria estar com ele, mas não estava interessada em pensar em status de relações. Ela, tal como eu, já bateu a faixa dos 30. E é tão bom sair com mulheres de 30 (lembram-se do post que escrevi sobre isto?) porque não estamos para merdas nem para chatices. Queremos estar com um homem, mas não precisamos de um homem. E eu acho que é exactamente isto que os assusta.
Deixem-me, por favor, apresentar-vos mais um idiota para a caderneta: o Washing Machine – sim, a máquina de lavar roupa. Já todas conhecemos um Washing Machine – aquele que inventa uma desculpa esfarrapada. Depois de passarem várias noites juntos, a minha amiga J. mandou-lhe uma mensagem numa noite qualquer a dizer que queria estar com ele quando saísse do trabalho. Só isto. Sem grandes complicações. Ou se quer, ou não se quer. É simples. Mas ele respondeu, algumas horas depois, já passavam das dez da noite, que não lhe dava muito jeito porque tinha de lavar a roupa. Quão estúpido é isto? Claro que, agora, sempre que falamos dele, referimo-nos ao Washing Machine.
Há uns anos, lembro-me de estar apaixonada por um tipo e lhe mandar uma mensagem a dizer para sairmos porque o queria ver e dele me responder que o podia ver no Instagram – não era preciso estarmos juntos. Na altura, senti estilhaços a partirem-se em cima de mim: é o encanto a quebrar-se. Achei-o tão idiota que a vontade de estar com ele morreu ali.
Porque é que os homens têm uma dificuldade tão grande em ser honestos? Em dizer que sim ou que não? Eu não tenho paciência, nem tempo, para estar a enrolar ou com grandes desculpas. Se me apetece estar com alguém – digo. Se não for recíproco, pronto, não é. É meio caminho andado para não perder mais tempo com essa pessoa. E é assim que deveria ser.
Se um tipo vos anda a enrolar – partam para outra. Não percam mais tempo a aceitar desculpas esfarrapadas como ter muito trabalho ou ter de ir lavar a roupa. Não aceitem migalhas de atenção de alguém que não está assim tão interessado (como vocês) em conhecer-vos melhor. E – isto é o principal – não se ponham a tentar arranjar justificações para as respostas deles. Se ele não vos responde, é porque não quer responder. Se está com muito trabalho para saírem mas veem, no Instagram, que foi jantar fora com os amigos, é porque não quer é sair convosco. E se prefere lavar a roupa a enfiar-se na vossa cama, bem, então ele tem um problema qualquer.
Vocês não.
Eu tenho uma regra básica na minha conduta – não tenho receios de dar o primeiro passo. E de convidar para sair, para jantar, ir ao cinema, ou o que me apetecer. Mas não passo das três vezes. Se, ao fim de três convites, ainda não se tiver proporcionado porque ele está sempre com qualquer coisa a acontecer, bye bye e amigos na mesma. Quando se começarem a desligar de pessoas que não querem estar convosco, não vão abrir espaço para a desilusão. Na verdade, não há nada de errado convosco. Significa apenas que aquele tipo não encaixa na vossa vida.
Mas milhares de outros vão encaixar.
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