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  • Foto do escritorHelena Magalhães

O AMOR É OUTRA COISA #27 Querido Pai Natal, queremos um homem que…



Tinha eu nove anos – nove anos senhores! – quando a Mariah Carey lançou a música que, desde então, faria todas as mulheres pedirem por amor todos os natais. Claro que depois dos Pinypons, dos Nenucos, das Barbies, dos cd’s das Spice Girls e das calças da Resina, eu comecei a pedir amor. Estávamos para aí em 1999 quando comecei a pedir – por favor, por favor, por favor – que o Johnny gostasse de mim. Ora, o Johnny era um surfista da minha escola que andava numa mota azul, tinha cabelo loiro à Backstreet Boy e usava calças de ganga no fundo do rabo. Na inocência dos meus 13 anos, ele era ma-ra-vi-lho-so. E eu imaginava todos os cenários possíveis em que ele ia aparecer na sua mota, parar ao meu lado, dar-me a mão e dizer que gostava de mim. E pedi isto com muita, muita força provavelmente durante uns três natais – que já naquela altura eu era de gostar e gostar a sério durante um tempo interminável, escrever músicas, poemas e romances.

Vai daí, e porque todas nós – mulheres – temos uma costela de Mariah Carey, esta música tornou-se um clássico. O ‘Querido Pai Natal…‘ transformou-se num rol de suspiros e pedidos. E se podemos pedir sem discrições, porque temos que nos contentar com um presente assim-assim? Não podemos pedir logo à grande e à francesa?

O que é que nós queremos?

Coisa pouca.

E, depois de lerem isto, todos os homens podem agradecer-me.

Queremos homens ambiciosos, daqueles que nos façam ter vontade de conquistar, com eles, o universo. Mas que também saibam que, às vezes, é preciso parar e simplesmente desligar de tudo.

Queremos homens carinhosos, que sejam nossos amigos, nossos parceiros de igual para igual. Queremos alguém que nos faça sentir bem e nos deixe encostar a cabeça para chorar, quando é preciso. Mas que não sejam demasiado melosos e que não passem o dia a enviar-nos whatsapp’s com bonecadas.

Queremos homens com sentido de humor que para azedar já nos basta ligar o telejornal. Queremos alguém que se saiba rir de si próprio e, acima de tudo, que nos faça rir.

Queremos homens confiantes, que saibam quem são e quem têm ao seu lado. Queremos homens que tenham cojones para nos convidar para sair, para nos conquistar e para nos beijar quando percebem que o timing é perfeito. Mas também não queremos que sejam tão confiantes ao ponto de se tornarem arrogantes. A confiança é sexy, a arrogância não. É preciso haver um bom barómetro de humildade.

Queremos homens com cérebro. Os abdominais são bons atractivos, não digo que não, mas um cérebro bate qualquer abdominal. Um homem inteligente torna-se um milhão de vezes mais sexy que um homem com os peitorais do Channing Tatum. Porque nós gostamos de homens que tenham coisas para nos dar e acrescentem mais à nossa vida.

Queremos homens independentes, que tenham a vida deles, que vão ver o Benfica com os amigos e beber uns copos à sexta-feira à noite, mas que também nos mostrem que têm tempo para nós e que somos uma parte importante da sua vida. Queremos um homem que saiba encontrar um equilíbrio entre a sua vida e a nossa vida e a nossa independência.

Queremos homens que nos tornem nas melhores pessoas que podemos ser. Que acreditem nos nossos sonhos – quaisquer que eles sejam – e nos motivem para os perseguir.

Queremos homens que saibam ouvir as toneladas de histórias que temos para contar. Mas, além de ouvir, também queremos um homem que saiba falar, partilhar e com quem possamos passar horas a conversar.

Queremos homens que nos elogiem e nos façam sentir a mulher mais bonita do universo. Porque nada dá mais tesão do que um homem que nos faz sentir como se fossemos a Irina Shayk.

Queremos homens que não estejam com merdas. Que se sintam confortáveis em qualquer situação – quer seja num jantar de negócios a conversar com o nosso patrão ou no aniversário de uma das nossas amigas. Isto é simples, não há nada que apaixone mais uma mulher do que um homem que simplesmente possa acompanhá-la em qualquer coisa.

Queremos homens que se saibam vestir bem – mas que não sejam obcecados com marcas e modas. Que cheirem bem e que cuidem de si sem cair no exagero (tipo pernas depiladas e usarem mais cremes que nós. Por favor, não!).

Queremos homens que saibam ligar os nossos botões nos momentos certos. Que gostem de sexo e nos façam sentir sensuais com o nosso corpo. Mas que também saibam gerir bem o sexómetro numa relação.

Queremos homens que precisem de nós. Nós gostamos de tomar conta do nosso homem, de o ajudar e de sentir que ele, às vezes, precisa de nós. Mas que não sejam bebés. Nada se torna mais insuportável do que um menino-da-mamã.

Queremos homens honestos. Não faz mal olhar para o rabo de uma mulher que entrou no restaurante, mas faz mal trocar whatsapps durante o dia com a colega de trabalho. E trair e mentir é cobardia.

Queremos homens que queiram estar presentes mas que também saibam respeitar o tempo em que queremos estar sozinhas, para sair com as nossas amigas, para ler, para ver filmes, para ver séries e fazer o que nos apetecer sem nos cobrarem por esse tempo.

Queremos homens que saibam que, às vezes, é preciso um pouco de romance. Flores? Vinho a dois? Surpresas pirosas como um CD com músicas que lhes lembram de nós? Sexo ao som de John Mayer? Sim, sim, sim. E sim – por favor. É uma excelente forma de falarem do coração (até porque a maioria dos homens não sabe verbalizar o que sente).

E – por fim mas não por último – queremos homens que nos mostrem que, connosco, se tornam homens melhores. E admitam: tornam-se mesmo.

Isto é pedir muito?

Acho que não.

Bom Natal 🙂

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