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  • Foto do escritorHelena Magalhães

Bairro Alto Lisbon




A minha relação com o Bairro Alto não foi das mais felizes. Quando era mais nova não achava grande piada ir para lá porque nunca me identifiquei com o espírito de ficar na rua a beber. Lembro-me de ter discussões com um namorado e de pensar se o facto de não querer ir sábado à noite para uma rua beber encostada à parede era impedimento para uma relação feliz. E às vezes ia, para lhe fazer a vontade. E achava o bairro mais sujo, mal cheiroso e degradante de Lisboa.

Essa relação mudou quando comecei a ver as coisas com outros olhos e quando deixei de fazer as vontades aos outros. Indo de dia, apaixonei-me por estas ruas antigas e pitorescas, com edifícios seculares e pequeno comércio tradicional. Enquanto tudo à nossa volta está a ser modernizado pela cultura americana, o Bairro Alto continua simplesmente a ter o espírito Lisboeta que nos faz lembrar outros tempos ou imaginar-nos algures a viver na Lisboa do século XVI – quando foi construído.

Até aos anos 80, era aqui que estavam sediadas os principais meios de comunicação e onde moravam jornalistas, escritores, artistas, sendo também um lugar de tascas de marinheiros e prostitutas. Hoje em dia é apenas uma zona bastante tranquila, onde se pode apreciar reminiscências históricas de Lisboa, e à noite vira zona de bares – continuo a não gostar. Mas passo lá bastantes vezes durante o dia. Em 2013, o Bairro Alto fez 500 anos e percebo as tentativas de o manterem intacto. É dos poucos sítios em Lisboa que nos lembra quem somos e de onde viemos.


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Bairro Alto is a 500 year old picturesque quarter dating from the 16th century that has traditionally been the city’s bohemian haunt of artists and writers. When I was younger, I hated the place. I never identified myself with the spirit of staying out drinking in the streets and I found it the dirtiest and degrading neighborhood in Lisbon.


This relationship changed when I began to see things with different eyes. Going by day, I fell in love with these ancient and picturesque streets, with secular and tradicional buildings. While everything around us is being modernized by american culture, Bairro Alto managed to keep the Lisbon spirit and nowadays I just love getting lost in those streets, have lunch or simply sit somewhere to write.


Its grid of streets is quiet during the day but is transformed at night into the city’s vibrant nightlife quarter. Behind colorful and graffiti-ridden façades there is a variety of traditional and international restaurants, Fado houses, bars and shops that stay open until late at night (probably 1am). While visiting Lisbon, you need to save a day just to walk around this neighborhood. You’ll find people of all ages, beautiful streets for photos, cool shops, lovely restaurants, you can stand outside with a drink in hand enjoying the city’s usual life.


Make sure to pass by Rua do Norte and Rua da Atalaia – the main commercial streets – and by Rua do Diário de Notícias is easy to reach Miradouro de São Pedro de Alcântara – a garden terrace with a panoramic view over the city.



















I Was Wearing: overalls, Missguided; sandals and sunnies, Aldo Shoes; bag, Primark; vest, Zara.

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