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  • Foto do escritorHelena Magalhães

Explorar Lisboa por cima e por baixo de terra





Uma das melhores coisas que retiro disto – do blogue, da profissão – é a possibilidade de fazer coisas que eventualmente não faria. Por falta de tempo, de oportunidade, de logística. E porque no dia-a-dia nos focamos nos nossos sítios, nos nossos espaços e nos esquecemos de explorar Lisboa, tão concentrados que andamos na nossa rotina. Fiz uma exploração por Lisboa com a Canon e descemos abaixo da terra – aos túneis do Reservatório da Mãe d’Água.

Antigamente, a entrada em Lisboa marcava-se pelo Aqueduto das Águas Livres, construído entre 1746 e 1748, mais precisamente pelo arco da Rua das Amoreiras, e fechava-se no Reservatório da Mãe d’Água – que só viria a ser terminado já durante o reinado de D. Maria II, em 1834. Para quem nunca lá foi, o reservatório em si – aberto ao público – é lindíssimo. Amplo, no meio de cascatas de água. Foi aqui que foi filmado o video Boiler dos LimpBizkit há mais de 10 anos. Óbvio que não sabia esta informação, apesar de já ter vindo aqui várias vezes – são coisas da Miranda que, nos seus tempos de adolescente, era dread.

O Reservatório foi construído para receber e distribuir as águas transportadas pelo Aqueduto aos chafarizes, às fabricas, aos conventos e às casas nobres lisboetas (se fosse hoje em dia, todos nós, teríamos de ir buscar água ao chafariz, a não ser que fossemos chiqui-bem). E nós descemos mesmo lá abaixo aos túneis e fomos desembocar no Miradouro de São Pedro de Alcântara. Andámos quase 1,5Km debaixo de terra. Para quem é claustrofóbico – como eu – relaxem: há saídas de emergência a cada 300 metros. É respirar fundo e concentrarem-se nas histórias que o guia vai contando pelos túneis. Eu estava encantada porque, neste exacto momento, estou a ler O Assassino do Aqueduto pela Esfera dos Livros, sobre Diogo Alves, o homem que aterrorizou Lisboa no séc. XIX e que atirava as suas vítimas lá do alto dos arcos do Aqueduto, a uma altura de 60 metros.

Mas crimes à parte, a ideia era explorar esta zona de Lisboa com diferentes máquinas, dentro do conceito #Follow My Footsteps, que está a ser feito também noutros países, o que para mim e para a Miranda (Faz de Conta Fotografia) foi piece of cake, dado que tanto eu como ela trabalhamos com máquinas Canon. Mas foi interessante o que conseguimos fazer com imaginação e um objectivo: transportar para uma imagem o que os nossos olhos veem. Ou, neste caso, a forma como vivemos Lisboa. O que, ao fim e ao cabo, é o propósito de se andar com uma máquina ao pescoço.


































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