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  • Foto do escritorHelena Magalhães

Néons de Lisboa




A primeira lembrança que tenho de um museu é a minha presença no Museu do Medo. Ou talvez isso nunca existiu e era o Museu da Criança com (fui investigar agora) a exposição Bom Dia, Medo! Até hoje nunca me esqueci de estar sentada com a minha turma e nos pedirem para, um a um, irmos buscar a placa que mais identificava o nosso medo. Havia o escuro, aranhas, alturas, fantasmas… todo este leque de medos normais numa criança. O medo que eu escolhi – e que talvez diga muito de mim hoje em dia – foi o medo de estar sozinha. Não que eu tenha medo de estar sozinha no sentido prático da coisa – todos gostamos de estar connosco próprios. Mas, de facto, assusta-me a solidão e sempre tive esse pavor aliado à falta de controlo e à claustrofobia. Situações em que, estando sozinha comigo própria, deixo de conseguir lidar comigo. Quem tem ansiedade compreenderá certamente.

E isto não tem nada a ver com o post de hoje, mas ver exposições é um dos hobbies que mais gosto e onde, muitas vezes, gosto de ir sozinha – contrariando a minha primeira experiência num museu – simplesmente para poder sentar-me, observar e pensar.

Uma das razões porque estava já há imenso tempo para ir ao MUDE ver a Idade Gráfica (Letreiros e Reclames de Lisboa no Sec. XX) é porque sou completamente apaixonada pela nossa história. E uma das coisas que mais representava Lisboa no séc. passado eram os grandes néons dos Restauradores e do Rossio (entre outros) que, aos dias de hoje, estão a desaparecer e já praticamente não se vêem em lado nenhum. Isto pode parecer meramente publicidade mas fez parte da nossa cultura urbana numa altura em que não existiam as redes sociais nem os publiposts em todo o Instagram (momento sarcástico do dia).

Vale a pena lá passar. A exposição vê-se muito rapidamente e é bastante divertida (mesmo para irem com os filhos que vão adorar todas aquelas luzes). Vai estar até Março, é gratuita e está instalada no Convento da Trindade.










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