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Foto do escritorHelena Magalhães

O amor é outra coisa #13 O meu romance virtual com um idiota do swag on


Se tiver tempo, vou tentar criar, por aqui, um dicionário com todos os tipos de idiotas e como lidar com eles. Porque a verdade é que eles estão em todo o lado. E se, há 15 anos atrás, eu gozava com todos estes tipos, hoje em dia é assustador verificar que homens com mais de 30 anos continuam a ser iguais. Às vezes eles não querem ser idiotas – e às vezes querem – mas é um facto que não há absolutamente nada que possamos fazer relativamente ao facto de que, às vezes, somos completamente lixadas por estes tipos. A não ser, talvez, ir adoptando algumas estratégias para lidar com idiotas e deixar a sua, perdoem-me, merda correr longe de nós.

No outro dia, um boneco adicionou-me no Facebook. Não aceitei mas fiz um printscreen para umas amigas que vi serem amigas dele. Dei uma vista de olhos pelo seu perfil e, ao fim de 15 segundos, já estava arrumado.


Tinha 50 fotos de perfil com anúncios de festas no Main (alguém com mais de 20 anos ainda vai ao Main?); tinha selfies a fazer beicinho (sim, beijinhos para a câmara); o seu mural estava cheio de fotos dos seus pés na areia, no mar, selfies… e já não vou falar dos erros ortográficos para não ser chauvinista.

Passados cinco minutos de ter feito o printscreen para elas, aceitei-o e abri um chat com ele.


Não sei quem é a Patrícia. Não sei quem é a Carolina. E não fui ao sunset do bar do swag on onde ele está sempre. Ninguém com mais de 21 anos tem idade para ir ao swag on. Nem ninguém que não tenha entrado na Casa dos Segredos. Eis porque o adicionei: uma semana e tal antes, este boneco tinha andado a sair com uma das minhas melhores amigas. Quando falo em sair, falo em cinemas, jantares e saídas a dois que terminaram, como dita a natureza humana, em sexo. O que é que podia falhar aqui? Se um tipo sai connosco, se está sempre connosco, se diz que quer estar connosco, se mostra que está interessado em nós… alguém adivinha que, quando picar o ponto na cama, vai decidir que, afinal, já não lhe interessamos tanto assim? E depois somos nós, as mulheres, que somos as malucas nestas histórias?


Para, perdoem-me, cabrão, há que ser cabra e meia. Comecei a dar a conversa mais básica e fácil que se pode dar a um idiota. Não implica o seres gata ou não… Então adicionou-me porque me viu numa festa onde eu não estive e porque me queria marcar numa fotografia onde eu não apareço. Mas continua: 


Então espera. Não estás maluco. Mas és (só um bocadinho) palerma.


Não sei se esta é a parte em que ele consegue engatar umas miúdas. Mas eu fiquei confusa. Terei alzheimer e não sei? Nunca o tinha visto na vida mas gostei de uma foto dele? Terá sido o meu Facebook invadido por alguém de 20 anos do swag on? 

A partir daqui, e esta conversa durou dois ou três dias, já não tinha sequer paciência para olhar para o chat dele. O meu objectivo inicial seria levar isto para um jantar ou uma saída à noite e, pessoalmente, tirar partido desta situação para o gozar um bocado. Ou muito, vá. Mas depois de ter estado quase duas semanas sem lhe responder, quando voltei a falar, ele não me respondeu mais (nãããããããooooo!!!). Se o seu objectivo era estar sem me responder mais tempo do que eu estive a ele, depreendo que esta crónica tenha vindo no momento certo.

Toda esta questão do romance pode ser uma guerra aberta. E não é fácil distinguir os tipos interessantes dos totalmente idiotas porque eles vestem-se da mesma forma, frequentam os mesmos sítios e parecem-se todos iguais. Mas há muitos sinais que transmitem e que, na maioria das vezes, não lhes prestamos atenção por estarmos demasiado ocupadas a tentar mostrar-lhes o quão interessantes somos. 

Para que fique bem registado, se saem com um tipo de 30 anos cujo perfil encaixa no deste boneco, O problema não é dele. É vosso.

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