A primeira vez que fui ao Super Bock Super Rock foi há uns anos, para ver Lana del Rey. Ansiava, sonhava, suspirava para ver o concerto dela. Acabou por ser meio estranho com uma Lana meio embonecada e vestida de uma personagem bizarra que chegou atrasada, cantou 5 ou 6 músicas (de um primeiro álbum com, pelo menos, mais meia dúzia de outras boas), andou pelo público a abraçar a primeira fila, acenou tal e qual uma Miss Universo e saiu do palco com a mesma aura enigmática com que entrou, agarrada ao vestidinho branco. Estranhou-se mas entranhou-se. Continuo a gostar.
Depois disto nunca mais voltei. Sou mais de CoolJaz, mais de Rock in Rio e Alive. E desde que mudou para o Parque das Nações, perdeu aquela mística de festival, pó e o ir de mota para fugir ao trânsito do Meco. Estive lá no sábado para ver Capicua e espreitar o corner da Mary Kay (que, no ano passado, celebrou comigo a entrada nos trinta) e não me deixei apaixonar. Compreendo a ideia de o tornar um festival citadino mas concertos no Pavilhão Atlântico e um recinto em calçada, despido e gigante sem grande coisa para ver, lugares onde sentar ou sombras para acalmar os quase 40 graus é insustentável.
Safaram-se alguns corners interessantes que proporcionavam algumas atrações e sombras à sua volta, como o da Mary Kay, o da CGD e a zona à beira rio que acabava por refugiar do sol. Mais uma vez, beleza e música andam lado a lado, mostrando o impacto que a auto-estima tem na diversão e a forma como aquilo que sentimos com a música também se reflecte na forma como nos interpretamos através da maquilhagem 🙂
Fotografias tiradas por Faz de Conta Fotografia
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