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Foto do escritorHelena Magalhães

Uma tarde no Zoo de Lisboa





A última vez que fui ao Jardim Zoológico tinha exactamente 18 anos – Jesus, foi há 13 anos. Fui com um namorado e, embora não me lembre de rigorosamente nada daquele dia romântico, a mística do Zoo continuou até hoje na minha cabeça. Confesso que à luz do presente não me encheu os olhos. Cheguei a sentir-me defraudada até. Por exemplo, não conseguimos ver os leões nem os elefantes porque estavam lá os tratadores – esse momento não deveria ser quando não há visitantes? Parece-me o mais lógico mas enfim. E também tivemos a pouca sorte do momento pós-almoço. A siesta também chega aos animais. Não me consegui informar se neste momento há visitas guiadas ou dias temáticos (há uns anos existia os Sábados Selvagens onde se fazia todo um dia acompanhado) mas fazem falta porque, para quem vai à descoberta, é impossível conseguir ver tudo. E entender também. Às vezes, em conversas, costumo concordar com a brutalidade de sítios como os jardins zoológicos, onde os animais estão em cativeiro para divertimento dos humanos. Os ursos, por exemplo, pareceram-me abatidos e num contexto infeliz. A Miranda sentiu o mesmo.

Mas, porque a Miranda já tinha feito o programa dos Sábados Selvagens, passou-me algumas informações que talvez sejam interessantes partilhar:

  1. Os animais que estão no Zoo vêm de intercâmbios com outros Zoos e não do habitat natural. São animais que já nasceram no Zoo e muitos são até filhos de outros animais do Zoo. Isto para explicar que o único ambiente que conhecem é este e, como tal, vivem-no como normal.

  2. As únicas excepções são as dos animais que são apreendidos ou resgatados e onde o Zoo acaba por ser o seu novo lar. Procura-se que, a longo prazo, sejam reintroduzidos nos seus habitats naturais ou sigam para reservas.

  3. Pensei que era muito parvo os pinguins estarem ao lado dos macacos, por exemplo. Como se saltássemos de África para a Antártida. Mas os habitats naturais são simulados ao máximo a todos os níveis.

  4. Achei também interessante o facto de se incentivarem os comportamentos próprios e naturais de cada espécie. Por exemplo, a comida é escondida para motivar os animais de caça a caçar.

  5. Já não existe o elefante que recebia vinte escudos e tocava o sino. Ao que parece esta “brincadeira” foi proibida – graças a Dios.

  6. Alguns macacos estão completamente à solta e podem, literalmente, vir para cima de nós. Tive o cuidado para que nenhum me roubasse o chapéu. Mas são engraçados e, embora esteja lá escrito para não se alimentar os animais, eles fazem brincadeiras e pedem comida. Sinal que ninguém cumpre esta regra.

Ainda não fui a mais nenhum outro Zoo mas, não sei, talvez precise de uma visita guiada a este para o conseguir sentir realmente. Mas, mesmo assim, deixo-vos com algumas imagens da nossa tarde 🙂 O meu objectivo, agora, é ir ao Badoca Safari Park onde, aí sim, entramos no ambiente de vida selvagem.


























Fotografias tiradas por Faz de Conta Fotografia e moi-même.

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