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Foto do escritorHelena Magalhães

Wish (ou como conheci a Dani)





Plantar sementes – é isto que estou sempre a dizer. Plantem sementes, deixem marcas, falem com pessoas, façam contactos. Depois, vão ver as flores a crescer. E isto é meio caminho andado para começarem a construir uma network.

Há uns anos, talvez aí em 2013, a Dani enviou-me uma mensagem pelo Linkedin. Na altura, eu trabalhava numa revista feminina e ela, também jornalista no Brasil, queria trocar contactos e saber informações das revistas portuguesas e qual a abertura da nossa imprensa a jornalistas brasileiras. Eu respondi-lhe, expliquei-lhe a minha visão do nosso mercado, a forma como eu o interpretava e as coisas que ia sabendo daqui e dali. Na verdade, podia não lhe ter respondido. Ela não tinha nada para me dar e eu podia ter pensado que não valia a pena perder tempo com uma pessoa que, em última análise, acabava por ser minha concorrente. Mas não foi assim que interpretei este acaso – sou completamente a favor de nos ajudarmos uns aos outros e de partilhar as coisas que sabemos. E acredito que todos temos coisas para dar e para receber.

Continuámos a falar, passámos para os emails, eu partilhei com ela os contactos das revistas portuguesas, dei-lhe algumas dicas, trocámos mais emails, passámos para o Facebook e, a dada altura, parecia simplesmente que nos conhecíamos há anos. Um ano e tal depois, a Dani veio a Lisboa e fartámo-nos de sair, de falar, de passear, de trocar ideias e vimos que tínhamos imensas coisas em comum – desde música (Amy Winehouse yey) a livros (escritoras e literatura feminina). Ela, acima de tudo, era uma miúda bastante simpática e de fácil trato. Uma miúda de bom coração.

Ficámos amigas – somos amigas. Mas trocámos mais do que uma amizade. A Dani escreveu sobre mim várias vezes (aqui e aqui), escreveu uma peça na Cosmopolitan Brasil com alguns dos meus sítios favoritos em Lisboa, deu-me uma história hilariante d’O Amor é Outra Coisa (não vou dizer qual hihihi) e foi graças a ela que cheguei ao contacto com os editores do Brasil Post que, depois, me convidaram para escrever sobre amor por lá. Mas, muitas vezes, senti que ela me tinha dado muito mais do que eu lhe tinha dado a ela. Dei-lhe um ombro amigo em Lisboa mas – e que mais?

A Dani veio morar, esta semana, para Lisboa – um sonho que já tinha há anos e que continuava a adiar porque, sempre que vinha cá, nunca conseguia um visto de trabalho. E eu coloquei-a em contacto com uma empresa que acabou por querer trabalhar com ela. Finalmente senti que tinha partilhado algumas das minhas sementes com ela, que retribuí um pouco do que ela me deu a mim. Nos próximos seis meses, pelo menos, é por Lisboa que ela vai andar e podem lê-la no seu blog e segui-la pelo Instagram.

Abram-se à vida, aceitem as pessoas que aparecem (mesmo que vivam a 8,500km, como a Dani), criem sinergias, partilhem ideias, contactos, não guardem para vocês as coisas que podem fazer tão bem aos outros. Porque desconhecemos os desígnios que nos aguardam, as coisas que os outros têm para nos dar. Mesmo que possa parecer, num instante, que não têm nada.











 Chapéu, H&M; Camisola, Jumbo Moda; Jeans e camisa, Zara; mala, Cortefiel; botas, Aldo Shoes (nova colecção).

Fotografias tiradas no Wish Slow Coffee House, no Lx Factory.

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