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  • Foto do escritorHelena Magalhães

Não há pachorra para o vem, não vem

Eram quatro da manhã. Meti-me no carro e estava a entrar na A5 quando olhei para o telemóvel e vi uma mensagem do tipo do iPhone. Estava no Lux. Sábado à noite, só podia estar no Lux. As regras são para ser cumpridas (duh!). Respondi-lhe só para ver o que é que ele queria. «Onde estás? O que é que estás a fazer? Vais para onde?». Uau. Perguntas directas. «Estou a sair da redacção», respondi-lhe. Passei as últimas 10 horas a trabalhar, a última coisa que me apetecia naquele momento era começar uma conversa interminável com o senhor telecomunicações. «Vou ter contigo onde estiveres. Diz-me que saio do Lux». Elááá cowboy! Parei o carro no meio da A5, só para ler direito. «Estou a ir para casa, se quiseres aparece», disse-lhe a despachar e continuei a conduzir. Na verdade, nunca o iria deixar entrar em minha casa. Mas queria ver as desculpas que iria dar. E voilááá. Pensou que ainda estava em Lisboa. Que o podia ir buscar ao Lux (num outro sábado em que também me sugeriu que o podia ir buscar, à última da hora esquivou-se que a noite ainda estava a começar. Eram tipo 4h da manhã. Que loser!). Que agora já não estava lá perto. Oh coitadinho, tantas desculpas. Cheguei a casa, meti-me dentro da banheira e fiquei ali quase a dormir. Quando saí, tinha mais mensagens dele. «Anda ver o sol nascer comigo. Vamos viver, a vida é curta!». Filosofias às 5h da manhã?


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