Quem me conhece – e convive comigo – sabe o quanto sou obcecada por todas estas questões da auto-estima. Quem me lê – vocês todos – sabe o quanto apelo ao fim do auto-julgamento e à aceitação, por parte de todas nós, daquilo que somos.
Este foi o ponto de partida para, há uns meses, num jantar, ter começado a magicar nesta ideia. Queria juntar algumas bloggers com histórias de força que me inspirassem, pegar nelas e criar um movimento de empowerment que chegasse a todas as mulheres. Vai daí, nasceu o #viveatuabeleza que pretende contar histórias e aliviar um pouco os padrões inatingíveis de beleza com que somos confrontadas todos os dias. E depois de termos guardado segredo durante tantos meses, finalmente temos o nosso bebé nas mãos.
Então – perguntam-se vocês – qual é o objectivo do #viveatuabeleza? Lembrar todas as mulheres que não precisam de caber numas calças 34. Que não precisam ter uns dentes perfeitos. Que não precisam de ter uns abdominais capa de revista. Está tudo bem – não precisamos de tudo isto para ser felizes.
Mas isto não fica por aqui – o grande e real trabalho começa agora. Porque queremos inspirar todas as mulheres que nos lêem a partilhar as suas histórias e, com isto, entrar neste movimento que pretende actuar de mulheres para mulheres. Queremos criar uma rede de inspiração global que leve a uma maior aceitação e a um aliviar das pressões que sofremos diariamente por não sermos tudo aquilo que a sociedade nos impõe como perfeito.
O nosso bebé nasceu e, lá, podem ler as histórias de cada uma das 8 embaixadoras.
E queremos convidar-vos a todas a fazer parte dele e a enviarem-nos a vossa foto e a vossa história para constar na nossa galeria de inspirações. Se um dia acordarem mais em baixo, ou mais tristes, queremos que se sentem, abram a nossa página e leiam histórias inspiradoras e que vos dê um up na auto-estima.
Os rostos por detrás deste movimento são a Adriane Garcia, a Ana Gomes, a Marta Pinto de Miranda, a Sara Cabido, a Marta Martins, a Magda Soares, a Sara Meess e eu própria – nomes que toda a gente conhece e que, sem constrangimentos, partilharam as suas histórias de força e auto-estima.
A esta campanha, juntaram-se dois nomes de peso – a Salsa e o O Boticário. Queríamos ter parceiros que compreendessem as mulheres e que praticassem, nas suas filosofias de venda, valores positivos em prol da auto-estima.
Tivemos ainda a ajuda preciosa da Paula Bollinger (que fotografou todas as imagens desta campanha), do João Belo que, com uma paciência de santo, passou um dia connosco e filmou um making-of para acompanhar a nossa mensagem e da Pipa Leal que nos ajudou no styling e a garantir que estávamos no nosso melhor em cada uma das fotografias.
Convido-vos, por isso, a visitarem o site do #VIVEATUABELEZA e a conhecerem as 8 histórias. E, depois, convido-vos a fazer parte delas.
Esta é a minha mensagem:
“Que horror, estás tão magra”.
Ja perdi a conta ao número de vezes que ouvi esta frase e, entre sorrisos embaraçados, respondi: “ora essa, estou na mesma”.
Há 9 anos atrás, era uma rapariga normal. Exactamente igual a qualquer outra. Mas então, o meu peso caiu para os 41kg. E foi-me diagnosticado disfunção da tiróide. “Isto tem cura?”, questionei. “Com tratamento, poderá estabilizar os sintomas”, disseram-me. E ali estava eu, aos 21 anos, a receber um atestado de que iria ter de viver com isto para o resto da vida.
Tive de me habituar a um novo corpo, por dentro e por fora. A tiróide é uma glândula – uma das mais importantes – que exerce funções ao nível do metabolismo, desenvolvimento do organismo e mexe com a frequência cardíaca, pressão arterial, controlo do peso, estados de humor, hormonas… e podia continuar.
Quando digo que passei a viver noutro corpo, não digo de ânimo leve. Falta de resistência física, fadiga, perda de peso, problemas de pele, ansiedade, ataques de pânico, pouca tolerância ao frio ou ao calor… tive tudo. E conseguir estabilizar o meu corpo foi um trabalho que levou anos. É um trabalho, ainda hoje, diário.
Daí que quando ouço “que horror, estás tão magra”, a única resposta que tenho para dar é sorrir. Porque sou magra, é verdade, mas a minha magreza traduz 9 anos de força a aprender a ser uma nova Helena. E eu não era uma rapariga normal – eu sou uma rapariga normal.
O #Viveatuabeleza simboliza exactamente estas novas versões de nós mesmas que todas temos de conhecer. Porque a beleza está em todas as particularidades e não num padrão. E a maior arma de empowerment que temos é cuidar de nós e tirar partido de tudo o que temos para dar. Por dentro e por fora.
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