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Foto do escritorHelena Magalhães

A casa perfeita não existe… mas pode ser criada


Eu gostava de ser daquelas pessoas que se adaptam bem a tudo. Mas – talvez fruto de viver com ansiedade – todas as mudanças acabam por ter um peso muito maior em mim. Talvez seja por isso que o Eddy – o meu gato, para quem (ainda) não sabe (como não?) – seja extremamente difícil e medricas. Talvez ele também sinta estas vibrações vindas de mim. Felizmente, temos a sorte de ter a Tita – a gata, claro -, com uma personalidade completamente diferente à nossa: tranquila, destemida e que, em dez segundos, já se adaptou a qualquer situação. Eu chamo-lhe TitaDora, the Explorer. Porque ela vai imediatamente à exploração da nova situação que está a viver. Qualquer que ela seja.

Se foi por isso que vi casas durante um ano? Nem sei bem… Colocava sempre problemas em todas as que via. Ora deixavam-me claustrofóbica porque eram apertadas, ora ficava ansiosa porque eram escuras, ou andares altos (e eu tenho pavor de terramotos e de ficar presa em prédios altos), ou pequenas, ou com poucas janelas, ou frias, ou antigas, ou feias, ou caras, sei lá. Na verdade, havia sempre qualquer coisa e quem me acompanha há mais tempo provavelmente leu dezenas de desabafos no Facebook sobre isto. Vi casas imundas, partidas, com restos de comida no frigorifico, com cozinhas sujas, degradadas, sem condições, velhas… e tudo com preços a partir dos 600€. Dizem que Lisboa é barata mas viver em Lisboa não pode ser considerado barato quando para se viver com o mínimo de condições tem que se ter três trabalhos.

Então, toda esta questão do espaço sempre mexeu muito comigo. Eu sou uma pessoa agarrada às raízes e às coisas que me fazem sentir em casa. E dou muita importância a isso. E isto é uma ligação que toda a gente tem – mesmo que não se aperceba. Toda esta noção de espaço-casa faz parte das nossas emoções primárias. São essas emoções que, por vezes, nos dizem que algo não está bem mesmo que não o consigamos articular. Foi exactamente isso que senti na quase centena de casas que vi ao longo do ano. Havia sempre qualquer coisa que me fazia querer fugir dali. Tem tudo a ver com a energia e com as coisas que, para mim, estão relacionadas com o sentir-me bem.

Se esta é a minha casa de sonho? Claro que não. Mas foi o mais próximo que consegui. Luminosa, ampla e num andar baixo. Senti-me segura quando cá entrei. Senti-me (quase) em casa. Mesmo que isso seja uma ligação que me demore dias, semanas, meses a sentir. O melhor disto tudo? Estou a dois minutos dos meus pais que, para mim, era o mais importante 🙂

Por enquanto, ainda estou a viver rodeada de caixotes e confusão mas, para já, posso mostrar-vos alguns pormenores das coisas que podemos fazer para criar a nossa casa (quase) perfeita – a decoração. Os toques. A envolvência. Aquilo que se aproxima da nossa energia. Como me têm feito imensas perguntas pelo Instagram, vou tentar explicar de onde é o quê. Eu gosto de coisas antigas, em segunda mão e personalizadas, então é o que tenho andado a fazer.

Comprei este móvel de sala (bem como os do quarto) a um senhor que restaura coisas antigas. Depois foi todo pintado de azul para dar um toque pessoal. 



O famoso sofá que andava a ver se ficava, ou não, com ele. O tapete zebra é da Conforama e o tapete branco de pelo Jumbo Moda.




Ainda não tenho roupeiro – quero daqueles módulos de parede que se personalizam. Mas esta casa tem um espaço convertido em roupeiro que, quando cá vim, me foi apresentado com um sorriso enorme pela pessoa: “e tem um closet!!”. Eu olhei e disse: cabe aqui, provavelmente, 20% da minha roupa ehehe…



Também comprei este tocador ao senhor. Ainda está nesta confusão porque tenho tudo de beleza dentro de caixotes. Preciso de um armário ou qualquer coisa onde possa guardar tudo organizado e separado por temas (cabelo, rosto, corpo… lembrem-se que este é o meu trabalho e ter tudo organizado é o primeiro passo para facilitar o meu dia-a-dia).


A casa de banho de beauty ou onde vão estar as minhas coisas pessoais do dia-a-dia.



A cozinha – o espaço a que dei menos atenção (porque cozinhar não é nada a minha praia) – que agora está a ficar fantástica. Qualquer dia sou uma Martha Stewart. Os meus potinhos de chás e frascos de bolachas do Jumbo Moda. A chaleira roxa e a caixa também são de lá.



Três dos meus serviços antigos que eram das minhas avós. Como podem imaginar, vai servir-se muito chá nesta casa hihihi.





E pronto… quando estiver tudo mais organizado, volto a mostrar mais pormenores. Preciso ainda de muita coisa – e o principal: uma biblioteca feita à medida para a minha sala. Yey!

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